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🔶Coluna 104 de Fred Melo | Bolsonaro pensa que venceu em 2024, mas a realidade mostra que ele perdeu – e muito

🔶Coluna 104 de Fred Melo |  Bolsonaro pensa que venceu em 2024, mas a realidade mostra que ele perdeu – e muito

Bolsonaro pode acreditar que saiu vencedor das eleições de 2024, mas uma análise mais cuidadosa mostra que ele perdeu mais do que imagina. Em vez de

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Bolsonaro pode acreditar que saiu vencedor das eleições de 2024, mas uma análise mais cuidadosa mostra que ele perdeu mais do que imagina. Em vez de consolidar sua influência, os resultados mostraram que seu discurso vem perdendo força, especialmente em importantes capitais e cidades do país.

Enquanto partidos de centro-direita, como PSD, União Brasil e Republicanos, saem como os grandes vencedores, Bolsonaro segue sem entender que a direita brasileira está em busca de renovação. Lideranças locais começam a trilhar caminhos independentes, e o próprio Partido Liberal enfrenta o desafio de se reinventar para acompanhar o novo cenário político.

A afirmação de que “o PT acabou” já está superada. O partido há tempos respira por aparelhos e só não desapareceu completamente graças a Lula, uma figura política que transcende a bandeira vermelha que defende convenientemente. Lula está ciente de que não possui um sucessor à altura, o que mantém sua liderança ainda intacta.

Por outro lado, Bolsonaro demonstra uma leitura vesga dos cenários políticos para 2026. Mesmo que volte a ser elegível, as eleições de 2024 mostraram que seu discurso está perdendo o encanto gradativamente. Nenhum líder político fez ou fará mais pela direita brasileira do que ele. Bolsonaro ressuscitou o orgulho pelas cores verde e amarela, trouxe a política para o centro das conversas cotidianas e despertou um sentimento patriótico incomum. Porém, a falta de visão estratégica e reconhecimento do que está ao seu redor têm o deixado vesgo, levando-o a vitórias de Pirro.

Enquanto Bolsonaro acredita ter saído vitorioso das eleições municipais de 2024, a realidade aponta os verdadeiros ganhadores: os partidos de centro-direita. Siglas como PSD (de Gilberto Kassab), União Brasil (de António Rueda), PP (de Ciro Nogueira), Republicanos (de Marcos Pereira) e até mesmo o MDB (historicamente de centro-esquerda) se destacaram. Ricardo Nunes, reeleito governador de São Paulo, é um exemplo disso: ele obteve o apoio de Tarcísio de Freitas, mas não contou com Bolsonaro em sua campanha.

Fazendo uma análise mais ampla das eleições de 2024, Bolsonaro foi massacrado no Rio de Janeiro, perdeu em Manaus, Belém, Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba e Goiânia. Em São Paulo, sua participação foi mínima, não influenciou em nada o resultado final.

Um dos fatos curiosos dessas eleições foi o surgimento de novas e promissoras lideranças de direita pelo Brasil. André Fernandes, por exemplo, quase venceu em Fortaleza com uma campanha vigorosa, que ignorou solenemente o apoio de Bolsonaro. Com o lema de “ele e o povo,” Fernandes encantou e mobilizou, mostrando que a direita pode trilhar um caminho independente. Esse desempenho pode servir para que a direita siga novos rumos e Bolsonaro perceba que a sua forma de impor respeito dando murro na mesa não está mais funcionando.

O PL também precisa de reformulação e oxigenação urgente. Talvez se Valdemar Costa Neto passar o comando do partido para o articulado e sensato senador Rogério Marinho, o partido deixe de ser, em alguns estados, um balcão de negócios, e passe a ter um projeto político diferente, que pense de fato no país e não nos seus dirigentes.

Essa reformulação deveria começar inclusive no Amazonas, onde a liderança de Alfredo Nascimento está esgotada, simplesmente já deu, morreu!

Que phase!

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