A defesa de Daniel Silveira apresentou um laudo médico ao Supremo Tribunal Federal (STF), no sentido de questionar a nova prisão do ex-deputado, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. O ex-parlamentar foi detido nesta terça-feira (24), véspera de Natal, quatro dias após conseguir liberdade condicional, por descumprir novamente medidas cautelares. Ele alegou emergência de saúde para deixar sua residência fora do horário.
De acordo com o laudo apresentado, o ex-deputado chegou ao hospital “por conta de dor lombar com irradiação para flanco e refere histórico de insuficiência renal (SIC)”. O documento assinado pelo médico Gabriel Moreira do Nascimento Costa diz: “Em exame laboratorial realizado na unidade foi evidenciado creatinina tocada (1,41) e ureia de 35”.
A creatinina é uma substância produzida a partir da creatina, nutriente comum na suplementação de pessoas que visam aumentar a capacidade muscular e suas funções. O suplemento é comumente vendido em pó.
A taxa de creatinina considerada normal para homens é de 0,70 e 1,3 mg/dl. Um valor maior que esse indica um quadro de insuficiência renal. Já o valor de referência de ureia em adultos é de 10 a 50 mg/dl.
O médico, como consta no laudo, orientou Silveira a proceder “busca a especialista e aumento de ingestão hídrica”, além do encaminhamento a um nefrologista. Essa especialidade médica cuida do tratamento das doenças do sistema urinário, em especial dos rins.
No laudo apresentado ao STF, consta que o Daniel Silveira foi ao Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, por volta das 23h do dia 21/12, e teria ficado na unidade de saúde até 0h34 do dia 22/12. De acordo com as regras da sua condicional, o ex-deputado precisa se recolher todos os dias, após as 22h, e não pode sair aos fins de semana.
Daniel Silveira preso
O ex-deputado federal foi detido novamente pela Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira, em Petrópolis (RJ). Ele deve ser transferido para o presídio Bangu 8. Silveira foi preso inicialmente em fevereiro de 2023, sendo beneficiado com liberdade condicional na última sexta-feira (20).
Além da obrigação do recolhimento noturno, Silveira precisa usar tornozeleira eletrônica e não pode acessar redes sociais. “Não houve autorização judicial para o comparecimento ao hospital, sem qualquer demonstração de urgência. Não bastasse isso, a liberação do hospital – se é que realmente existiu a estadia – ocorreu à 0h34 do dia 22/12, sendo que a violação do horário estendeu-se até as 2h10”, apontou Moraes na decisão.
Fonte: Metrópoles