Desde o início da pandemia, o Amazonas se tornou o epicentro canalizador das doações nacionais. Chegaram máscaras, aventais, remédios e cilindros de oxigênio. Personalidades e anônimos sensibilizados com o drama das mortes em massa, lembrando os tempos da peste negra, abrem as carteiras e ajudaram mais e mais
O governo do Amazonas, fazendo a linha do primo pobre, chora pitangas a todo momento. Diz que não se preparou por falta de dinheiro, mesmo com a arrecadação recorde. Disse que não planejou estoque porque não foi avisado, mesmo que os fornecedores, como a White Martins, aleguem com documentos de que não haveria como suprir demanda tão elevada. Disse que não dispunha de leitos, mesmo que tenha aceitado a desativação do hospital de campanha da prefeitura sem questionar e fechado o hospital da Nilton Lins, arrendado para atender aos pacientes do Covid-19.
Sob o argumento de evitar mortes pelo novo coronavírus – meta ainda distante de ser alcançada, vem acumulando na Central de Medicamentos doações recebidas de empresas e pessoas beneméritas que contribuíram com o bem-estar do próximo. Mas quantos cilindros foram doados? Quanto oxigênio chegou a Manaus? Quantos aparelhos bipaps foram para as prateleiras da Cema?
No site da Secretaria de Saúde, que mudou de SUSAM para SES, não se acha o consolidado destas doações nem qual destino tiveram os bens que o governo ganhou de graça. Essa falta de transparência, pode dar margem para muitas especulações. Essas doações estão mofando nas prateleiras enquanto os profissionais da saúde aguardam ainda as vacinas que podem salvar suas vidas? As doações poderiam ter sido desviadas para outro fim se não o das pessoas sofridas do nosso estado? Ainda, o governo continua comprando em larga escala para abastecer as unidades de saúde. Seria possível que compre e apresente as doações como sendo os produtos negociados? E se for, de fato, quem está só mamando nas tetas do estado, vendendo sem entregar e usando as doações para respaldar as operações comerciais?
Tantas dúvidas e tão poucas e duvidosas respostas…. AINDA HÁ TEMPO