Você já sentiu como se houvesse uma força que o motivasse a fazer certas coisas, mesmo que não seja o certo ou o que você realmente quer? E quanto mais você satisfaz o querer dessa força, mais você se sente compelido a continuar obedecendo-a? Segundo Schopenhauer, filósofo alemão tachado de pessimista, essa “força” se chama Vontade. Ele a define como um “cego robusto que carrega um aleijado que enxerga”. O que você consegue depreender dessa frase?
Por mais que tentemos satisfazer os desejos da Vontade, nunca ficaremos satisfeitos para sempre, uma vez que sempre existe a próxima melhor coisa. Em virtude disso, quanto mais corremos atrás dos objetivos imputados em nossas mentes por essa força, menor é a nossa capacidade para parar de fazê-lo. Assim, quanto mais conquistamos, mais queremos conseguir e é dessa concepção que nasce o sofrimento humano, segundo o filósofo alemão.
Entretanto, ele não se acomodou e aceitou que seria infeliz para sempre. Na verdade, ele correu atrás de algo que pudesse pôr fim a esse sofrimento, e nessa caminhada, encontrou a filosofia fundada por Sidarta. Este foi um príncipe de uma região do sul do Nepal que, ao renunciar ao seu trono, dedicou-se à erradicação das causas do sofrimento humano e foi o primeiro homem a atingir o estado de espírito “iluminado”, conhecido por muitos de Buda. Desse modo, Schope – apelido para íntimos – achou a solução para seu mal: em ordem de alcançar a liberdade do sofrimento, ele precisava abrir mão de sua vontade e viver uma vida autônoma.
Na realidade, ele nos deixou duas opções para que pudéssemos viver uma vida livre de sofrimentos: a primeira, tornar-se monge e desistir de nossas vontades; a segunda, dedicar mais tempo à arte e a filosofia, pois, dessa forma, nos livrar-se-íamos das desilusões que provocam dor.
Para terminar a coluna de hoje, gostaria de deixar duas frases para reflexão neste domingo:
“A nossa felicidade depende mais do que temos nas nossas cabeças do que nos nossos bolsos.”
“A arte é uma flor nascida no caminho da nossa vida e que se desenvolve para suavizá-la.”
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