Vendas de imóveis têm alta de 27% n 1º trimestre, mas lançamentos crescem em ritmo lento.
O mercado imobiliário brasileiro fechou o 1º trimestre de 2021 com forte crescimento nas vendas de imóveis. Entretanto, a oferta e lançamentos das empresas teve discreto avanço. Perante as incertezas do mercado, aumento de preços e desabastecimento dos principais matérias de construção tem contribuído para isso. Segundo pesquisa publicada, nesta segunda-feira (24), pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
VENDAS
Assim, as vendas imobiliárias alcançaram 53.185 unidades entre janeiro a março de 2021. Um aumento de 27,1% em relação ao mesmo período de 2020 que obteve 41.831 unidades vendidas. O maior aumento foi observado no Nordeste, onde as vendas de imóveis subiram 52,2% (3.471 unidades), seguido do Sul, onde aumentaram 39,3% (3.750 unidades).

LANÇAMENTOS
Entretanto, os lançamentos de imóveis no país somaram 28.258 unidades no 1º trimestre. Alta de 3,7% no comparativo do mesmo período em 2020 que foram lançados 27.244 unidades. Houve redução no número de unidades lançadas nas regiões Norte (-55,6%) e Sul (-20,7%) e aumento nas demais regiões. O maior aumento foi observado na região Sudeste (3.004 unidades), com 28,1% mais lançamentos que no 1º trimestre de 2020.

EVOLUÇÃO DA OFERTA
Com um crescimento desproporcional entre vendas e lançamentos, os estoques de imóveis sejam prontos, em obras ou em planta caíram 14,8% para 153.914 moradias. Esse patamar é o mais baixo já registrado desde 2016. Quando se iniciou a série histórica da pesquisa pela CBIC.

Na avaliação do vice-presidente da área de Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci, enquanto oferta e lançamentos seguem em queda, as vendas de imóveis no país continuam em tendência de crescimento. “Os números nos mostram a aderência do mercado comprador. Estamos vendendo significativamente mais. Apesar de atravessarmos um período de aumento de insumos – que esperávamos já ter sido resolvido – foram vendidas mais de 53 mil unidades neste primeiro trimestre. E foram registrados aumentos em todas as regiões do país”, apontou.
Fábio Tadeu Araújo, sócio da Brain Inteligência Estratégica, reforçou que o preço e a falta dos insumos são o principal problema do segmento hoje. Segundo ele, além do aumento dos preços dos materiais, as elevações nos custos com a mão de obra podem pressionar ainda mais o setor nos próximos meses. “A construção civil é um dos principais responsáveis pela geração de emprego com carteira assinada no país atualmente.
A média de criação de novas vagas no primeiro bimestre foi de 44 mil vagas. Em março este número já caiu para 25 mil novas vagas criadas. Ou seja, o valor dos insumos está pesando de maneira desproporcional e demonstra que o dinamismo do mercado de trabalho do setor já perdeu intensidade neste mês”, alertou.
Com informações da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)