A desigualdade de gênero no mercado de trabalho é um problema ainda não superado. Apesar de as mulheres serem maioria em cursos de graduação (60,3%),
A desigualdade de gênero no mercado de trabalho é um problema ainda não superado. Apesar de as mulheres serem maioria em cursos de graduação (60,3%), em comparação aos homens (39,7%), e também as que mais concluem a formação (21,3% contra 16,8%), elas ainda são minoria no trabalho formal.
Até 2022, 53,3% das mulheres participavam da força de trabalho, enquanto os homens eram 73,2%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em março, mês das mulheres, e se tornam ainda mais significativos à medida que se aproxima o Dia Internacional da Igualdade Feminina, em 26 de agosto, que busca promover o debate sobre equidade de gênero em diferentes ambientes, incluindo no mercado de trabalho.
Apesar de o cenário geral ser de desigualdade, há determinados setores em que as mulheres se aproximam da equiparação de gênero nas vagas. Um levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego destacou as áreas da educação, saúde humana e serviços sociais. Mesmo nesse ambiente, ainda há desafios a serem vencidos.
A coordenadora de Convênios, Loren Laine da Silva Gama, 33, diz já ter passado por uma experiência que a deixou reflexiva sobre a presença da mulher no mercado de trabalho. “Participei de uma entrevista em que houve uma ênfase para saber se eu tinha filhos e eu mesma senti um alívio quando disse que não. Aquilo me deixou bastante reflexiva quanto ao peso que as mulheres e mães carregam na visão do mercado de trabalho”, comenta.
Atualmente, Loren Laine trabalha como gerente de convênio no Grupo Tapajós, empresa líder no varejo farmacêutico no Norte do país. Ela acredita que o fato de estar em um cargo de liderança incentiva outras mulheres a buscarem esses espaços e o próprio ambiente de trabalho a se tornar mais diverso.
“É fundamental que tenhamos mais mulheres em posições de liderança em todos os âmbitos. Ser mulher é, com certeza, um privilégio, mas sabemos a dificuldade que enfrentamos na sociedade. Ter espelhos para nos inspirar sempre vai ser algo fundamental para motivar e encorajar outras mulheres a buscarem ocupar seus lugares, onde quiserem estar”, afirma.
Dados
Números disponibilizados pelo setor de Recursos Humanos da companhia apontam que o quadro de pessoal é formado por 58% de mulheres e 42% de homens. Os cargos de liderança também são majoritariamente ocupados por mulheres (67%).
Coordenadora do Departamento de Pessoal do Grupo Tapajós, Luciana Brito de Lima diz que a maior presença de mulheres expressa não uma vinculação ao gênero, mas às competências e habilidades demonstradas pelas profissionais e oferta de oportunidades igualitárias, independente do gênero.
“As nossas colaboradoras demonstram uma forte capacidade de gestão, empatia e visão estratégica. Essas características são fundamentais para cargos de liderança. Além disso, promovemos treinamentos para o desenvolvimento interno e capacitação, o que garante que tanto homens quanto mulheres tenham as mesmas oportunidades de crescimento na companhia, resultando na maior presença de mulheres nesses cargos mais altos”, avalia.
Conforme o CEO do Grupo Tapajós, Wili Garcez, as mulheres têm um impacto transformador em toda a organização. “A presença feminina é vital para nossa inovação e sucesso. Nosso compromisso é fortalecer e valorizar cada vez mais essas vozes essenciais”.
A visão dele é compartilhada pelo gerente administrativo da companhia, Yann Neblina, que também atua com gestão de pessoas, dentre homens e mulheres. Ele destaca que a busca por igualdade feminina se expressa também na atuação conjunta dos colaboradores.
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