Com relação estremecida, Lula falta a mobilização de indígenas

O episódio estanca o distanciamento que o petista tem tido com as demandas das comunidades tradicionais

Compartilhar em:

Apesar de ter sido convidado para o Acampamento Terra Livre (ATL), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não compareceu a nenhum dia da mobilização indígena que ocorreu em Brasília de 7 a 11 de abril. O episódio estanca o distanciamento que o petista tem tido com as demandas das comunidades tradicionais.

Neste ano, a mobilização tem como pauta: defesa da transição energética e a garantia de direitos constitucionais, diante da discussão sobre o marco temporal no Supremo Tribunal Federal (STF). A previsão da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), responsável pela organização, é de que 8 mil indígenas de mais de 200 povos tenham participado do ATL.

No primeiro ano de governo, em 2023, Lula esteve presente no ATL, onde anunciou a homologação de seis terras indígenas, em seis estados brasileiros. O ato do petista contou com a participação do cacique Raoni, ministros e parlamentares.

Já em 2024, Lula reforçou uma força-tarefa para concluir a homologação de mais quatro terras indígenas, localizadas em Santa Catarina, Paraíba e Alagoas. No entanto, em decorrência da espera dos governadores sobre a retirada de não indígenas dos territórios, o presidente finalizou a mobilização do ano passado com a demarcação de duas terras.

“Não se pode assinar as homologações desconsiderando toda a ocupação não indígena que há dentro desses territórios. O governo tem que oferecer as condições para que essas pessoas saiam e sejam logo assentadas. Um diálogo com os governadores foi sugerido para que possam conjuntamente resolver essa questão social. Não se pode resolver um problema histórico criando outro. Tem que haver uma articulação entre órgãos responsáveis”, disse a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, na época.

Agora em 2025, Lula não compareceu a nenhum dia de acampamento, mas, uma semana antes, esteve na terra indígena Capoto-Jarina, no Parque do Xingu, em Mato Grosso, para se encontrar com o cacique Raoni. Na ocasião, a liderança indígena alertou o presidente sobre os riscos da exploração de petróleo na foz do Amazonas, no Amapá.

Fonte: Metrópoles

Compartilhar em: