Ministro votou pela nulidade do processo
Início do voto de Fux abre expectativa na defesa de Bolsonaro e causa surpresa no STF

Em um momento altamente aguardado no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro perante a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luiz Fux deu início ao seu voto nesta quarta-feira, marcando uma guinada que gerou reações opostas entre aliados de Bolsonaro e colegas do tribunal.
A declaração que chacoalhou os bastidores
Durante o início de seu voto, Fux afirmou que o STF seria “absolutamente incompetente” para julgar o caso. Essa posição não apenas surpreendeu seus colegas de tribunal como também trouxe ânimo à defesa do ex-presidente. Para os advogados de Bolsonaro, esse posicionamento abre caminho para a possibilidade de anulação do processo inteiro. Eles enxergam em Fux uma figura “independente” no tribunal, contrastando com os ministros cuja proximidade ou histórico com o governo Lula é visto como influente — dentre eles, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes
Contexto: como está o julgamento até aqui?
O julgamento foi retomado hoje, quarta-feira, 10 de setembro, às 9h, com o voto de Luiz Fux como terceiro a se manifestar na 1ª Turma do STF
. Até o momento, os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino já votaram, ambos pela condenação do ex-presidente e dos demais réus — entre eles Alves aliados como Ramagem, Heleno, Braga Netto, Paulo Sérgio, Anderson Torres, Mauro Cid e Almir Garnier
O foco do voto de Fux
Além da polêmica declaração sobre a competência da corte, Fux tem sinalizado divergências pontuais — especialmente quanto à dosimetria da pena e à validade da colaboração premiada envolvendo Mauro Cid. Em especial, defende que os réus sejam condenados apenas por tentativa de golpe de Estado, sem o acréscimo do crime de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, o que poderia reduzir substancialmente as penalidades
O clima no tribunal e além
A atmosfera interna do STF, conforme relatos, é de tensão. A defesa de Bolsonaro, eufórica com esses primeiros sinais, já se vê animada com a possibilidade de anulação do processo. No entanto, os demais ministros questionam a coerência de Fux com seu próprio histórico — que inclui o julgamento de dezenas de processos relacionados aos atos de 8 de janeiro — e estão intrigados com a aparente contradição
O que vem a seguir
A sessão de hoje deve ser dominada pela exposição de Fux, cujo voto foi anunciado como extenso — e, segundo o cronograma, ocupará praticamente toda a manhã desta quarta-feira
À medida que o voto se desenrola, promove-se a expectativa de que o ministro possa consolidar a maioria em favor da condenação ou, alternativamente, colocar em xeque toda a condução do processo até agora.