
Se tem uma coisa que movimenta as redes sociais, são as trends. Desde que essas plataformas começaram a bombar, vimos de tudo: dancinhas virais, desafios engraçados, filtros transformadores e até trends que desafiam a criatividade, como o famoso #10YearChallenge ou a febre do Ice Bucket Challenge. Empresas e pessoas públicas não perdem tempo e embarcam nessas ondas para ganhar engajamento e se conectar com o público. Afinal, se algo está viralizando, por que não surfar nesse hype?
Eu confesso que não sou adepto a todas as trends. Algumas acho exageradas, outras simplesmente não fazem sentido para mim. Mas quando vejo que é algo sutil, leve e divertido, eu posto.
Nos últimos dias, uma nova trend tomou conta das redes sociais e reacendeu um velho debate: até que ponto a inteligência artificial pode (ou deve) se apropriar da estética criada por artistas humanos? Dessa vez, o alvo da discussão é o icônico Studio Ghibli, responsável por clássicos como Meu Amigo Totoro (1988), A Viagem de Chihiro (2001) e O Menino e a Garça (2023).
Com o lançamento do DALL•E 3, ferramenta da OpenAI baseada no GPT-4o, usuários começaram a gerar ilustrações no estilo Ghibli, impulsionando a trend #GhibliAesthetic. A proposta é divertida, mas levanta questões espinhosas sobre criatividade, autoria e até plágio.
Sam Altman, CEO da OpenAI, chegou a brincar que, com o alto volume de acessos, os servidores da empresa “derreteram” e que o uso do recurso precisou ser limitado. No meio da polêmica, ele próprio entrou na onda e mudou sua foto de perfil para uma ilustração no estilo do estúdio japonês. Mas e o Studio Ghibli, o que acha disso tudo? Até agora, silêncio total.

Miyazaki e a Arte Gerada por IA
O cofundador do Studio Ghibli e ganhador do Oscar, Hayao Miyazaki, já deixou claro o que pensa sobre inteligência artificial na arte. Em 2016, ele classificou a tecnologia como um “insulto à própria vida”, defendendo o desenho quadro a quadro como expressão genuína da criatividade humana.
Afinal, IA é uma ferramenta inovadora ou um atalho que enfraquece a originalidade? O debate continua, e enquanto isso, as redes seguem bombando com ilustrações no estilo Ghibli.

Bom, eu confesso: também me rendi à trend e postei nas minhas redes. E você, já entrou nessa onda ou prefere assistir de longe?