A combinação entre economia resiliente e inflação alta indica que um eventual corte dos juros está fora do horizonte do Banco Central
Inflação acima da meta dificulta corte na taxa de juros; saiba

Pedra no sapato do governo Lula (PT), a inflação continua pressionando os preços de bens e serviços. Embora tenha desacelerado em março, o índice subiu 0,56% no mês e 5,48% no acumulado em 12 meses. A combinação entre economia resiliente e inflação alta indica que um eventual corte dos juros está fora do horizonte do Banco Central — que adiantou que o ciclo de aperto monetário (ou seja, o aumento do juros) “não está encerrado”.
Atualmente, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), está bem acima do teto da meta para este ano, que é de 4,50%. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, já alertou que, a curto prazo, o Brasil precisará lidar com uma inflação acima da meta. Segundo ele, esse cenário “costuma produzir essa posição mais incômoda”.
Enquanto a pressão inflacionária persiste, a atividade econômica segue surpreendendo. Isso porque o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), mostrou um bom desempenho da economia brasileira em fevereiro, com alta de 0,4%. O destaque vai para o desempenho da agropecuária, com incremento de 5,6%.
André Valério, economista sênior do Inter, ressalta que os dados indicam que o PIB será “robusto” no primeiro trimestre. O banco mantém a previsão de “uma acomodação do crescimento ao longo do ano”, com o PIB totalizando alta de 1,5% no fim de 2025.
Com esses fatores na mesa, o início do ciclo de cortes na taxa básica de juros (a Selic) parece estar cada vez mais distante. A próxima taxa Selic será decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em 6 e 7 de maio. É esperada mais uma alta, porém, de menor magnitude.
Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, entende que, com a inflação acima da meta e o dólar nas alturas, o Banco Central pode “reconsiderar cortes na taxa Selic” e mantê-la elevada por mais tempo.
Fonte: Metrópoles


