Mesmo de férias, deputados do Amazonas gastaram R$ 1 milhão do Cotão

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Além dos gastos no período de recesso Legislativo, parlamentares receberam quase R$ 80 mil em janeiro

Os deputados da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) utilizaram R$ 1 milhão da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), o famoso Cotão, no mês de janeiro de 2025. Nesse período, a Aleam estava em recesso, tanto que os deputados estaduais receberam R$ 74 mil em salário graças ao adicional de férias. Ao todo, os deputados têm direito a R$ 1,1 milhão de cota parlamentar em conjunto, dos quais restaram R$ 135,5 mil de saldo.

Segundo os dados do Portal da Transparência da Casa, o maior gasto foi do deputado Adjuto Afonso (União), que utilizou R$ 49.846,87 dos R$ 49.849,65 aos quais os parlamentares têm direito mensalmente. Seus maiores gastos foram dois de R$ 10 mil em consultoria jurídica e assessoria de comunicação. Completam o pódio Dr. George Lins (União), que usou R$ 49,8 mil, e Daniel Almeida (Avante), com R$ 49,7 mil.

Os deputados que menos utilizaram o cotão no mês de janeiro foram Débora Menezes (PL), com R$ 32,1 mil; Abdala Fraxe (Avante), com R$ 25,2 mil; e Wilker Barreto (Mobiliza), com R$ 24 mil. Todos tiveram seus maiores gastos na faixa de R$ 10 mil com assessoria de comunicação, consultoria jurídica e divulgação parlamentar.

Sinésio Campos (PT) foi o parlamentar que mais gastou com apenas um único serviço: ele desembolsou dos cofres públicos R$ 42 mil somente em fretamento aéreo na empresa Taxi Aéreo Rio Madeira. Já Wanderley Monteiro (Avante) ocupa o segundo lugar entre os parlamentares que tiveram altos gastos com apenas um serviço. Monteiro pagou R$ 17.590 em divulgação de suas atividades com folders, banners e outdoors – este último ítem foi o principal gasto do Cotão, com R$ 146,8 mil usados entre todos os deputados.

O Foco entrou em contato com as assessorias dos três deputados que mais utilizaram o Cotão durante as férias, questionando os motivos e a utilidade mesmo em um período de recesso legislativo e, até o momento, apenas a assessoria do Adjuto Afonso se posicionou (Veja abaixo). O espaço segue aberto para os demais parlamentares.

Posição de Adjuto Afonso

“Todo parlamentar tem base no interior sendo um fiscal do Executivo, não atuando apenas no Legislativo. O deslocamento para o interior requer gastos com avião, alimentação, hospedagem, inclusive para a equipe que o acompanha. Muitas vezes ainda tem que dispor também de lancha para chegar às comunidades mais distantes, nas zonas rurais dos municípios. Tudo tem um custo, quem conhece o interior tem noção das dificuldades de logística. Em relação às empresas prestadoras de serviços são contratos firmados em apoio às atividades parlamentares. Vale ressaltar que nada foi gasto fora do estabelecido no orçamento da cota parlamentar”.


Com informações de A Crítica

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