Caso Vai de Bet: presidente do Corinthians é indiciado pela polícia

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A Polícia Civil de São Paulo indiciou, nesta quinta-feira (22), o presidente do Corinthians, Augusto Melo, pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro, em caso envolvendo a contratação do patrocínio da Vai de Bet. Além do presidente do clube, também foram indiciados outros dois ex-dirigentes, Marcelo Mariano e Sérgio Moura, e o responsável por intermediar a negociação, Alex Cassundé.

As autoridades policiais levaram em conta algumas inconsistências nos depoimentos dos envolvidos, principalmente sobre o encontro que apresentou o atual mandatário Corinthians e Alex Cassundé, sócio da Rede Social Media Design Ltda, contratada para intermediar o contrato entre a empresa de apostas e a equipe da zona leste de São Paulo.

Além disso, os investigadores acreditam que não foi Cassundé quem intermediou a negociação entre a empresa e o clube. Segundo o inquérito policial, quem aproximou o empresário do clube do Parque São Jorge foram outras três pessoas: “Isso nos está muito claro”, diz o inquérito.

Após relatado, o documento policial deve ser encaminhado ao Ministério Público do estado (MPSP), que analisará o inquérito e decidirá sobre o oferecimento de uma denúncia à Justiça. Caso esse processo seja apresentado e aceito, Augusto Melo e os outros três envolvidos viram réus em um processo judicial pelos crimes citados.

Augusto Melo se manifestou sobre o caso por meio de uma publicação em seu perfil oficial nas redes sociais. Leia a íntegra do comunicado:

“A defesa do presidente Augusto Melo recebeu com incredulidade e indignação o relatório final do inquérito, divulgado na noite desta quinta-feira (22), e informa que fará suas considerações oficiais assim que concluir a análise integral do documento.

Reitera-se a convicção de que o presidente Augusto Melo não possui qualquer envolvimento com eventuais irregularidades relacionadas ao caso.

O presidente foi o responsável por viabilizar o maior contrato de patrocínio máster do futebol sul-americano, tendo recebido a proposta, encaminhado aos departamentos competentes e firmado o contrato com a aprovação de todos os setores envolvidos. Esse foi o único papel desempenhado por ele no processo.”

O mandatário do clube ainda afirmou que realizará uma coletiva de imprensa para falar sobre o indiciamento na próxima sexta-feira (23/5).

Transferência para o PCC

Um relatório da Polícia Civil anterior já havia indicado que parte da comissão paga pelo Corinthians à empresa que intermediou o patrocínio da Vai de Bet, no valor de R$ 1.074.150, foi transferida para a conta bancária de uma empresa ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Após uma sequência de operações, a investigação identificou que o dinheiro recebido pela intermediadora foi parar nas contas da empresa UJ Football Talent, apontada pela investigação como um dos braços do PCC no futebol. Cassundé nega conhecimento das movimentações.

A relação da empresa com a facção foi descrita em delação de Antonio Vinícius Gritzbach, que foi assassinado a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em novembro passado. Segundo o delator, o empresário de futebol Danilo Lima de Oliveira, conhecido como Tripa, tem participação na UJ Football Talent — ele é tratado pela polícia como suspeito de lavar dinheiro do PCC.

De acordo com o inquérito, o Corinthians foi a vítima de um esquema que desviou dinheiro do clube.

Com informações Metrópoles

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