Deputado do PL que não apoia anistia reage a críticas e ataca Malafaia

Em discurso na tribuna da Câmara, na terça-feira (15/4), o parlamentar, que foi ministro dos Transportes do governo Dilma Rousseff e é amigo do ministro Alexandre de Moraes, elencou os motivos pelos quais não apoiou a urgência.

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Único deputado do PL a não assinar o requerimento de urgência do projeto da anistia, Antonio Carlos Rodrigues (SP) reagiu publicamente às críticas dos colegas de partido e do pastor Silas Malafaia por não ter apoiado a proposta.

Em discurso na tribuna da Câmara, na terça-feira (15/4), o parlamentar, que foi ministro dos Transportes do governo Dilma Rousseff e é amigo do ministro Alexandre de Moraes, elencou os motivos pelos quais não apoiou a urgência.

O deputado afirmou que não vai ceder às pressões e que não guia sua vida política por “apelos do Legislativo”. Segundo ele, o parlamento não pode assumir o papel de “julgador” para não comprometer o equilíbrio entre os poderes.

“Tenho seis mandatos e não me guio por pressões, circunstâncias ou apelos de ocasião, que são irrestritos e acelerados pelo legislativo, sem diálogo efetivo com o Judiciário. Isso compromete o equilíbrio entre os Poderes. O parlamento não pode assumir o papel de julgador sobre a pena de suprimir a atuação do Poder Judiciário”, disse Rodrigues durante discurso.

O parlamentar paulista também criticou o texto do projeto. Para ele, que também é amigo pessoal do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, há problemas técnicos na proposta da anistia que tramita na Câmara dos Deputados.

“O texto do atual projeto de lei não distingue com clareza entre autores, intelectuais, executores e mero participantes, tratando de forma igual condutas gravemente distintas. O projeto apresenta problemas técnicos que podem tornar a lei inócua, incluindo crimes eleitorais dentro do escopo, aumentando a insegurança jurídica. Minha posição é, antes de tudo, buscar uma saída institucional equilibrada, que não negue o sofrimento dos envolvidos, mas também não desrespeite o devido processo legal”, declarou.

O deputado finalizou o discurso mandando um recado para seus colegas de partido. Em uma indireta a ala bolsonarista da legenda, Rodrigues disse que está no PL “há mais de 25 anos” e que não vai ouvir regras de quem chegou agora.

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