O projeto foi aprovado em uma Ordem do Dia não tradicional da Câmara
Empréstimo de R$ 2,5 bilhões: oposição denuncia manobra de David Almeida para aprovação

Os vereadores de oposição ao prefeito David Almeida (Avante) uma manobra para a aprovação do Projeto de Lei 118/2025, que trata do pedido do Executivo Municipal de empréstimo de R$ 2,5 bilhões, aprovado com 31 votos favoráveis e 10 contrários na tarde desta terça-feira (25). O prefeito David Almeida (Avante) foi alvo de uma enxurrada de críticas e o Projeto de Lei foi aprovado em uma Ordem do Dia não tradicional da Casa Legislativa.
O vereador Rodrigo Guedes (Progressistas) afirmou que a aprovação vai contra o Regimento Interno da Casa. “Eles fizeram, logicamente, a base do prefeito e a presidência da Casa, uma estratégia que obviamente não foi divulgada. O projeto que chegou ontem foi deliberado hoje pela manhã, já está sendo votado hoje mesmo, então já inicia por aí, que ainda não tinha isso aqui na Câmara nesses quatro anos. Apesar de já ter sido falado, pegou todos de surpresa, então essa ação coordenada denota que o que se pretende é eliminar qualquer possibilidade da própria sociedade discutir esse tema. É cheque em branco sim. É um absurdo, uma imoralidade”, declarou.
O vereador Coronel Rosses (PL) também falou sobre uma manobra por parte do prefeito. “Hoje tivemos a Casa com a maioria dos vereadores, já causa uma estranheza, mas ao mesmo tempo fazer toda essa manobra do jeito que foi feita para privilegiar aquilo que o prefeito realmente avisou ao dizer que o empréstimo seria aprovado, está acontecendo, só que está acontecendo em um tempo absurdo. É tripudiar na cara da população e dos vereadores aqui”, disse o parlamentar.
O vereador Rodrigo Sá (Progressistas) defendeu que o empréstimo foi realizado de forma ilegal. “Estamos diante de duas ilegalidades. Se essa Casa aprovar o projeto do jeito que está, primeiro é a questão do quórum que eventualmente seria exigido para votação de um cheque em branco sem se saber quem é o credor e todos nós seremos devedores solidários dessa dívida da prefeitura que aprovaremos ou não esse empréstimo. Outra ilegalidade é a falta de manifestação da controladoria do município, que não supre a ausência da manifestação da controladoria à manifestação do secretário [da Secretaria Municipal de Finanças]”, disse o parlamentar, contrapondo a fala do vereador Gilmar Nascimento (Avante), que defendeu que o titular da Semef autorizou o empréstimo com as exigências legais.
Os vereadores Coronel Rosses, Raiff Matos, Sargento Salazar, Capitão Carpê, todos do PL, Paulo Tyrone (PMB), Thaysa Lippy (PRD), Ivo Neto (PMB) e Diego Afonso (União) também foram contra a aprovação do empréstimo milionário do Executivo Municipal.
A votação ocorreu em plenário, após o texto ser debatido em duas sessões na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, durante a manhã desta terça (25). O projeto de lei esclarece que, para garantir o pagamento do empréstimo, a prefeitura usará parte das receitas municipais, conforme permitido pela Constituição Federal.


