Alta do preço dos alimentos e incertezas sobre a economia global estão entre os motivos para o aumento
Taxa de juros básicos sobe para maior nível em quase 20 anos

A Taxa Selic foi elevada para 14,75% ao ano no Brasil, o maior nível em 19 anos. A decisão foi tomada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom), em função da alta do preço dos alimentos e da energia, além das incertezas sobre a economia global.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Essa foi a sexta alta seguida dos juros básicos da economia, que começou a ser elevada em setembro do ano passado. Esse é o maior nível desde agosto de 2006, quando também estava em 14,75% ao ano.
A resolução do Banco Central (BC) já era esperada pelo mercado financeiro.
Em comunicado, o Copom não deu pistas sobre o que deve ocorrer na próxima reunião, prevista para a metade de junho. Apenas afirmou que o clima de incerteza permanece alto e exigirá prudência da autoridade monetária.
“Para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”, destacou o texto.
A alta consolida um ciclo de contração na política monetária, com previsões do mercado mais pessimistas.
Inflação
O aumento da taxa Selic ajuda a conter a inflação, pois juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas maiores dificultam o crescimento econômico.
No último Relatório de Inflação, o Banco Central reduziu para 1,9% a projeção de crescimento para a economia em 2025.
O mercado projeta crescimento semelhante. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 2% do PIB em 2025.


